Antes de começarmos a falar sobre a teoria maia do fim do mundo neste ano corrente, e até podemos discutir isso depois, é preciso falar sobre algo que realmente importa caso este planeta continue a viver, as eleições municipais. Como sempre o pleito ocorre no mês de outubro, mas a muito tempo se movimentam os militantes e fiéis partidários. É sempre assim, não é mesmo Chico? A cada dois anos temos que escolher nossos representantes, alternando entre quem nos governa e quem cria as leis que nos governam...Parece até um tanto quanto confuso tudo isso.
Me lembro que quando era mais novo odiava essa época, por um bom tempo eu deixava de assistir a meus programas prediletos na TV por conta de homens estranhos, falando coisas estranhas. Certas vezes eram engraçados, outras vezes, admito, eles me assustavam um pouco. Espera um pouco, eles ainda me assustam Chico! E infelizmente não os acho mais tão engraçados como naquela época, nem mesmo palhaços, ou artistas, ou mentirosos...Espera, me enganei, ainda tem um pouco de humor sim, mas humor para quem consegue perceber o grande jogo que acontece por trás daquelas câmeras. E é muito, muito engraçado mesmo quando se consegue interpretar...entender esta dança.
Não posso negar que realmente existem candidatos com boas intenções, sim eles existem, mas é importante saber dançar para conseguir uma cadeira de couro e um mandato. E durante o tempo que eles tentam aprender essa dança, meu caro, é que ocorre um fenômeno tão impressionamte quanto a metamorfose de uma lagarta em borboleta...minto, não é tão impressionante assim, mas não deixa de ser importante.
Esta dança, querido Chico, é feita de passos cuidadosos, e encobrir o fato de que está aprendendo não é menos relevante que não pisar nos calos errados. Um aprendizado que exclui rapidamente quem não consegue se movimentar comforme a melodia. E esta coreografia, meu camarada, não foi pensada para homens com inesgotável desejo por honra, não há espaço para ela. Talvez haja em locais públicos, é claro, mas nada além disso.
Uma mistura de tango, pois não se pode perder o contato visual com seu parceiro -Isso é perigoso; com o samba, todo o rebolado ajuda, talvez até uma levada do forró, afinal tem que parecer tudo muito popular...E pior que parece que a cada ano eleitoral que passa essa dança fica mais...Que palavra eu poderia usar Chico? Não, "FULEIRA" não vale, tem que ser uma palavra mais bonita, tem que falar bonito quando se trata de política Chico! A palavra seria "Feroz" acho que essa soa mais politicamente correto.
Mas deixando um pouco de lado todo o universo próprio formado pela política e todos as interações que nele ocorrem, aquele velho e eterno jogo de poder, eu gostaria de dizer que pelo bem de nosso país pense bem antes de votar. Talvez seja difícil entender a dança, mas não deixe que ela te leve, conduza o futuro, conduza para um ritmo diferente, um ritmo que não exclua, que seja não negligente. Não existe outro modo de mudar o passo.
E que venha, mais uma eleição. Sei que não vai ser muito diferente das outras, mas se ao menos você caro leitor, se ao menos esta pessoa que lê minhas palavras dê valor à elas, se mudar uma ideia talvez, e levar em conta um novo conceito na hora do voto já me sentirei imensamente realizado. Que venham as urnas, e que após elas encaremos as consequências de nossas escolhas, sejam elas boas, ou nem tanto.